domingo, 29 de setembro de 2013

Ócio sem culpa

     Ócio sem culpa


Ócio, sm. 1. Descanso ou folga do trabalho. 2. Lazer. 3. Preguiça, moleza.

Nem o meu pequeno dicionário poupa a palavra ócio do estigma negativo que lhe foi imposto através dos séculos. No século XXI, a palavra, aos poucos, vai assumindo definitivamente seu significado exclusivamente negativo. Numa sociedade onde o lema é trabalhar e consumir, usufruir do ócio tornou-se um terrível pecado.

Ai daquele que escolhe o ócio ao trabalho! Entendendo liberdade como o exercício do nosso direito de escolha, nas sociedades do século XXI, é proibido escolher viver uma vida ociosa e de contemplação. Se, em uma época ainda recente, sobrava-nos a opção de enveredarmos por um modo de vida ocioso marginal, porém ainda admirado por uma parcela de mentalidade mais avançada da sociedade, hoje, o ócio tornou-se a marca daquele que não pode ter direito à satisfação de suas necessidades básicas - "quem não trabalha não come" - e ao convívio social e deve ser "tratado", receber alguma ajuda especializada. Quem pratica e quer viver no ócio está "doente", "deprimido" ou "desgostoso da vida", como diziam os antigos.

O pior de tudo, porém, é que já está impregnada dentro de cada um de nós a idéia de que o ócio é um "pecado". E é entristecido que vejo as pessoas perdendo, à medida que o tempo passa, a capacidade de ficar algum tempo descansando, sem sentir culpa. "O que você fez de produtivo hoje?", pergunta-nos, diariamente, o sempre chato e inconveniente grilo falante que alguns chamam de consciência e todos temos dentro de nós. E o homem do século XXI, também questionado vinte e quatro horas por dia pelas terríveis máquinas criadas para condicioná-lo, doutriná-lo e controlá-lo, sofre, quando constata que, ao fim de um dia, nada fez de produtivo. Alguns, mais criativos, procuram unir o útil ao agradável, "fazendo alguma coisa" ao mesmo tempo em que se dedicam a um falso e "ocupado" ócio. Mas ninguém se sente bem "ocioso".

Até os pobres velhos aposentados, que já dedicaram décadas de sua vida ao exercício de uma atividade produtiva, sentem-se mal em serem "improdutivos" e muitos procuram uma atividade, não porque precisam, mas para escapar da depressão proveniente do fato de estarem atormentados por um torturante sentimento de culpa.

Diante de tudo isso, só existe uma cura para essa terrível doença que acomete o homem do século XXI: combater o sentimento de culpa e exercer o ócio em toda a sua plenitude. Ser ou estar ocioso é digno, bom e saudável! Como diz um trecho da Bíblia, há um tempo para tudo. Há o tempo de trabalhar e o tempo de descansar, folgar, dedicar-se ao lazer. Há sim o tempo para praticar a preguiça, a boa preguiça que alguns religiosos corruptos, regiamente recompensados pelos patrões da época, incluíram entre os sete pecados capitais, provavelmente no lugar de outro pecado como "intolerância religiosa", "exploração do semelhante", "sede de poder" ou coisa parecida.

Hoje, o significado doentio e negativo da palavra "ócio" impede que o homem do século XXI se "desrobotize" e pratique, sem nenhum "grilo" a atormentá-lo, o exercício da boa e saudável preguiça. Diante disso, só me resta aconselhar a você, caro leitor, que pratique o ócio sem culpa. E, de preferência, que pratique o ócio remunerado, aquele destituído de preocupações com dividas, sobrevivência, pensões alimentícias ou coisa que o valha. E, se alguém tentar incutir-lhe culpa por estar desocupado, simplesmente nada responda. Desligue seu cérebro, feche os olhos, relaxe, vire para o outro lado e finja estar dormindo. Quem sente falta, que vá trabalhar.

sábado, 3 de março de 2012

Clipe de filmes


Quem gosta de bons filmes, certamente irá gostar desse clipe, feito com cenas de grandes clássicos de Hollywood. O clipe é da banda francesa Stuck in the Sound. Os rostos dos atores nas cenas foram substituídos pelos dos integrantes da banda. Assistam e relembrem de filmes que marcaram época e toda uma geração.


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Queen - Greatest Hits II

Segundo álbum de coletânea da banda, com músicas entre 1982 e 1991. Uma ótima seleção pra quem quiser conhecer um pouco mais sobre o Queen. E pra quem já é fã, uma boa pedida para curtir mais ainda uma das maiores bandas de rock de todos os tempos.


01. A Kind Of Magic
02. Under Pressure
03. Radio Ga Ga
04. I Want It All
05. I Want To Break Free
06. Innuendo
07. It’s A Hard Life
08. Breakthru
09. Who Wants To Live Forever
10. Headlong
11. The Miracle
12. I’m Going Slightly Mad
13. The Invisible Man
14. Hammer To Fall
15. Friends Will Be Friends
16. The Show Must Go On
17. One Vision

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Universo

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Queen, à espera de um vocalista

(Brian May e Roger Taylor)

Existem boatos de que Adam Lambert, um ex-participante do programa de tv American Idol (Ídolos americano), iria assumir o vocal do Queen, em uma turnê organizada pelos ex-músicos da banda, o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor. Ouvi as versões de três músicas do Queen cantadas por ele. Quem quiser ouvi-las, está ai o vídeo.


Sem dúvida é um bom cantor, tem uma grande voz, mas não combina. Pegar clássicos do rock das antigas, ainda mais as do Queen, onde Freddie praticamente construia as músicas com sua voz única, e sua performance peculiar, não é pra qualquer voz. Mesmo Adam Lambert tendo o agrado dos ex-integrantes da banda, sinceramente não é suficiente. Sempre dizem, ah, será apenas um tributo, uma homenagem, como feito há alguns anos com Paul Rodgers, onde este assumiu os vocais da banda entre 2004 e 2009. Mas eis que pergunto, até quando será só um tributo? Na verdade parece ser algo bem mais comercial, visando apenas a promoção de algo, ou o ganho pessoal de alguém. Usam a palavra "tributo" para camuflar seus reais interesses. Talvez Brian May e Roger Taylor queiram realmente homenagear Freddie Mercury, montar uma banda de tributo original, digamos assim, mas estão fazendo isso da maneira errada, e com as pessoas erradas. Existem muitas bandas covers, em que o vocalista não tem, ou não pretende ter a menor semelhança da voz do original, isso até certo ponto é normal. Mas nesse caso, já que querem fazer algo grande, os fãs mereciam algo melhor que cantores da moda. O  ideal seria uma voz bem mais semelhante a de Freddie Mercury, fazendo dessa forma algo fiel as músicas e ao grupo. Sim, Freddie tinha uma voz insubstituível, mas ao ver os vídeos de dois cantores desconhecidos para a maioria, Marc Martel e Gary Mullen, é possível perceber que existem opções melhores que Adam Lambert. Além de terem vozes muito bonitas, é impressionante a semelhança com a voz do eterno vocalista do Queen.


Marc Martel - Somebody To Love



Marc Martel - Bohemian Rhapsody



Gary Mullen impressiona mais ainda, tanto pelo sua voz quase idêntica à de Freddie Mercury, como pela ótima performance no palco...


Gary Mullen 

(I Want You Break Free/ Love Of My Life/ Jail House Rock/ Bohemian Rhapsody/We Are The Champions)


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Loucos e Santos

Loucos e Santos
(Oscar Wilde)



Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. 
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. 
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. 
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. 
Deles não quero resposta, quero meu avesso. 
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. 
Para isso, só sendo louco. 
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. 
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. 
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. 
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. 
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. 
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. 
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. 
Não quero amigos adultos nem chatos. 
Quero-os metade infância e outra metade velhice! 
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. 
Tenho amigos para saber quem eu sou. 
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Ócio sem culpa

      Ócio sem culpa Ócio, sm. 1. Descanso ou folga do trabalho. 2. Lazer. 3. Preguiça, moleza. Nem o meu pequeno dicionário poup...